Arte que desafia o pensamento

No âmbito das festas do concelho de Câmara de Lobos, o Teatro Metaphora apresentou a instalação artística Metanoia, uma obra que desafia o pensamento crítico e promove a consciência pessoal, social e ambiental. Inspirada no cubo Rubik, a instalação utiliza cubos gigantes feitos de cartão reciclado, um material humilde, reutilizável e acessível, que aqui ganha nova vida como veículo de transformação artística, e social.

A escolha do cartão não é apenas funcional, mas também simbólica: representa a fragilidade do mundo em que vivemos e, ao mesmo tempo, a possibilidade de reconfiguração e mudança. Tal como o cubo Rubik pode ser reorganizado, também as sociedades enfrentam a necessidade de se reinventarem perante as crises ambientais e sociais que atravessamos.

A instalação foi concebida para provocar no público um “desconforto positivo”, uma pausa que convida à reflexão. O objetivo é questionar cada pessoa sobre o seu papel individual e coletivo: de que forma podemos reorganizar o “bloco” que é a nossa vida e contribuir para um futuro mais sustentável e justo.

Segundo os criadores, Metanoia sublinha a importância da consciência e da ação, pois não basta reconhecer os problemas ambientais, é necessário agir. Este projeto artístico, ao integrar materiais reutilizados, traduz de forma concreta uma prática de economia circular, demonstrando que até elementos descartados podem ser reaproveitados com criatividade e gerar impacto positivo.

Alinhado com o trabalho contínuo do Teatro Metaphora, que se tem destacado em iniciativas de educação ambiental e social, Metanoia reforça a ideia de que a arte é uma poderosa ferramenta de sensibilização. Mais do que decorar o espaço urbano, a instalação convida a comunidade e os visitantes a refletirem sobre pequenas escolhas quotidianas que, somadas, podem conduzir a grandes mudanças.

Assim, Câmara de Lobos transforma-se, através da arte, num palco de consciencialização ecológica, onde sustentabilidade e expressão criativa se encontram. O projeto demonstra que mudar é possível, mas exige compromisso, consciência e ação coletiva – um verdadeiro apelo à responsabilidade ambiental e social.